Dear... Coração de Saturno
Faz tanto - tempo - sol...
Às vezes sinto ele penetrar tão fundo nos meus olhos, que parece proposital. Quase como se numa tentativa de apagar da minha memória, todo e qualquer rastro -seu- do que eu fui, do que eu era, do que eu fiz... até não sobrar mais nada. Apenas a minha cabeça vazia, rodopiando e tentando encontrar um espaço que sobre - pra mim ou pra você -
Mas não cabe.. não nós dois, né?
Não sobra.
Acho que depois de tanto - amor - insistir, o coração ficou gasto. Ficou medroso e quase minúsculo se não fosse pelo novo rumo que as coisas tomaram. Às vezes é até melhor, né? Amar outra pessoa.
Sabe, até mesmo depois de ir, voltar e ir de novo, é sempre "the same old story" ou "the same old feeling" e eu tô cansado de sentir que meu coração se parte em dois ou mais. E seria idiotice minha, acreditar que o amor é um objeto completo e sem retalhos, sem divisões. Seria uma idiotice maior ainda, aceitar que não o amo.
Because I do.
Eu passei de "O menino que mora na terceira porta à direita" para "O menino que carrega dois ou três nomes" e tem vários endereços....
O que eu quero dizer com tudo isso?
Que o universo nunca foi totalmente justo com esse aspecto da minha - outra - vida.
Que eu o amo, também, claro, incondicionalmente e para sempre. Entende?
Para sempre.
E sinto que nem outras tantas indas e vindas e trocas de endereços e de corações
Vão conseguir apagar o que eu sinto.
E eu espero, que até o fim dos meus tempos...
.. eu consiga, expressar.